O VESTIDO COMPOSÉE

Tudo começou em 1993 quando Julia fez três anos. O vestido de aniversário era comme il faut, com direito a mangas bufantes, golas e laços. Se sentia uma princesa e dançou com seus príncipes, o pai e o avô, a valsa da Bela Adormecida. Fim de festa, abrir presentes, banho e cama! No dia seguinte, depois de rever o que ganhou no niver, olhou para mim e disse:

- Mãe, compra prá mim uma capa e uma espada?
- Como?
- Mãe, a princesa é bonita, tem um vestido bonito...mas o príncipe tem bota, capa, espada. Monta no cavalo, luta e salva a princesa que fica parada, quietinha...
- Como?
- O príncipe é mais legal! Eu já tenho bota (uma galocha cor de framboesa que não tirava dos pés), falta a capa e a espada.
Então fiz uma capa, inventamos uma espada de papel e passei alguns anos tentando mostrar a ela que no universo feminino também lutamos contra dragões. Decididamente o mundo de Julia era o mundo da ação.
Na Boto Rosa, eu já simplificava muito os modelos, indo contra a tendência da época que era fazer vestidos com enchimentos nas mangas, anáguas engomadas, laços, enfim, pareciam bombons e eram terminantemente rejeitados por ela. Queria fazer um vestido que fosse prático, leve, feminino e atendesse as necessidades da minha molequinha.
O conforto foi resolvido pela ausência de fechos, botões e laços. Veste-se pela cabeça.
A fluidez, na escolha do tecido, a viscose.
O lúdico e a feminilidade, na mistura de estampas.
O primeiro composée foi um pretinho de poá e flores brancas ( foto abaixo) que Julia vestiu com suas galochas framboesa, seus cachos despenteados e correndo....correndo sempre....
Hoje o vestido faz sonhar princesas e molecas, se adaptando ao imaginário de cada criança.
Nesses mais de 14 anos foram centenas de estampas e misturas, dezenas de padrões e texturas. Ele reina absoluto na preferência da minha clientela, inclusive na clientela adulta. As numerações vão de dois anos de idade até P, M, G de adulto.

LONGA VIDA AO COMPOSÉE!